quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Amália, Coração Independente

É já neste novo ano de 2010 que deixo um testemunho da exposição que vi ainda em 2009. Só compareci na versão Museu Berardo, tendo a outra ficado para outros carnavais, que ainda não chegaram e provavelmente não chegarão. Portanto, ambas as exposições funcionam em simultâneo, de 06 OUT 2009 a 31 JAN 2010 no Museu Colecção Berardo e no Museu da Electricidade. Não sei se já têm conhecimento, mas li algures que a exposição será posteriormente transferida para o Brasil.

Já aqui expus resumidamente o que penso sobre a importância de Amália no mundo do Fado, ao constituir um abalo na sua estrutura, desvelando esse coração que literalmente foi independente, que atravessou a mole temporal até aos dias de hoje e que, quer queiramos quer não (não sendo difícil admiti-lo), não foi o que aconteceu com outros fadistas.

Esse coração independente foi também independente do (e no) tempo, latente, flamejante e trangressor. Por isso não será de estranhar que, no âmbito da exposição, vejamos trajes conotados com o fado tradicional ou cartazes de filmes dos anos 30 e 40, a partilhar o mesmo espaço que uma fotografia de Gabriel Abrantes, nu, numa piscina de borracha, segurando uma guitarra portuguesa, banhado por uma mistela com artefactos elucidativos de festa (bem) brava. Parabéns Amália:)

Nesta exposição estão congregados pedaços de tempo, diversas visões que viram (perdoem-me a redundância) em Amália um símbolo, directa ou indirectamente, e que quiseram oferecer um pouco de si sobre a nossa fadista, um pouco do seu significado.

Mesmo passados 10 anos após a sua morte, Amália continua a inspirar, a fazer suspirar corações, a fazer jovens ouvirem fado (mesmo pensando que são da autoria de Amália Hoje), a fazer parte integrante e legitimadora da pesquisa plástica de artistas como Joana Vasconcelos... Recorde-se, também, que grande maioria das obras dos artistas contemporâneos fizeram capa nas reedições em vinil dos fados de Amália, à venda na FNAC, integrados no projecto "Amália Nossa".

Deixo-vos um conjunto de fotografias que ilustram esse aprazível percurso (perdoem-me a legendagem insuficiente):






Sempre em palco








Gabriel Abrantes


Adriana Molder, Saudades de uma Estranha, 2009


Vestido e xaile bordados. Usado no Rio de Janeiro, 1944


Cartaz do filme, Mário Costa, 1947


Cartaz do filme, Hernâni e Rui, 1949









Dir: Maluda, Amália Rodrigues, 1964





Amália na imprensa


Amália na imprensa


Amália na imprensa











Pinto de Campos, vestido bordado e xaile, 1966; Farda Preta, 1987


Leonel Moura, Sem Título, 1987


Joana Vasconcelos, Coração Independente, 2005





Joana Vasconcelos, Coração Independente
Gaivota (Alain Oulman / Alexandre O'Neill)

7 comentários:

  1. Vi exposiçáo no Museu Berardo, gostei muito.

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  2. Não tive oportunidade de ver a exposição mas fiquei contente com o que pude ver neste blog

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  3. Belo e jocoso "post", Ti Maria, gostei e estou bem arrependida de não ter ido à exposição. :o(
    Bjs.

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  4. Obrigada, Cigarra:) Ainda se pode adquirir o catálogo na loja do Museu Berardo. Penso que vale a pena, embora não constem todas as obras dos artistas contemporâneos.

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  5. Amália embajadora espiritual de Portugal. tambièn España a la que cantaste te ama y reconoce
    Javier

    Amália embaixadora espiritual de Portugal. Espanha, também, que cantou te ama e reconhece
    Javier

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  6. Foi uma mulher que, tal como o Soldado, atravessou o Mundo inteiro.
    Volte sempre Javier.

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