quinta-feira, 29 de outubro de 2009

"Ver Amália" por Tiago Baptista


Imagem retirada de Lisboa SOS

A apresentação do livro no Soldado do Fado, brevemente... (num blogspot perto de si).

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Bons Humores

É bom uma pessoa chegar a casa, completamente arrasada e cansada do dia, bem como de outras coisas, e ter a oportunidade de encontrar textos que, à primeira leitura, fazem soltar as mais sinceras gargalhadas. É que isto de brincar com o que se gosta tem muito que se lhe diga. Não é para todos, infelizmente.

Este jocoso verbete é dedicado aos detentores de franco sentido de humor:
Verzweiflung: Devir

Obrigada Seele! Já brindei com um "copinho de vinho branco" e nem perdi tempo a pedir todas as outras iguarias (que já nem me lembro quais são!).

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Vazio e Frio



Tema retirado do CD “Grande noite de fados : festa de homenagem a Alfredo Marceneiro”
Lisboa : EMI Valentim de Carvalho, 1998
Gravação ao vivo realizada no Teatro S. Luiz em Lisboa, a 25 de Maio de 1963



Lugar Vazio (Fernando Farinha / Alberto Correia)

É de noite que me lembro
De tudo o que eu tinha
Ao sentir-me abandonada
Deitada, sozinha
Lembro aquela felicidade
Que outrora foi minha

Chego a julgar-te a meu lado
Contigo, deitado,
Procuro na escuridão
Mas o teu lugar vazio
Está tão vazio e tão frio
Como esse teu coração

Olhando a tua moldura
Virada p’ra mim
Ambos sofremos o mesmo
Destino ruim
Falta nela o teu retrato
E faltas-me tu a mim


Cá do vazio percebo eu e não preciso de me concentrar sequer numa voltinha. Penso até que não existe concentração possível perante a voz desta senhora. Uma brincalhona de primeira com uma voz de qualidades tão únicas e intensas. Só podia ter sido uma vedeta absoluta e uma distinta fadista, esta Hermínia que trago na alma e muitas vezes na minha boca.
Poema dramático e romântico, não tivesse sido ele interpretado também por Tony de Matos (entre outros, como Eduarda Maria, Carlos Zel...); mas, deixem-me cá puxar a brasa à minha sardinha, a Hermínia fez um excelente trabalho no género. Cantar as amarguras do amor, com a contenção que lhe era única, firmou mais uma das suas absolutas qualidades, assim como quando interpretou o fado “Rosa Enjeitada”. Até parece que se sente (e não só parece!), por isso o Fado tem esta coisa da familiaridade. Quem sentiu e quem viveu (ou sente e vive) sabe reconhecer esses lugares vazios, no corpo e no coração.
A noite é mesmo diabólica. Há quem se mantenha sobejamente ocupado para, à noite, cair na cama de cansaço. A noite é macabra, como já me disseram. É na noite que se fincam as ausências na alma e no coração, até que tudo parece frio, gélido de morte, e já não bate. E não é de corações independentes que aqui se fala!
Eu conheço uma estrofe que reza e ilustra assim (adivinhem lá qual é... não vale ir ao Google):

Não passo bem a noite sem um fado
Não passo bem a noite sem beber
Não passo bem a noite abandonada
Não passo bem a noite sem te ver

O lugar vazio pode impor-se-nos, sem que assim o tenhamos escolhido. Pode fazer parte dessa nossa natureza que se abandona à solidão, ao invés de se envolver no conforto do calor humano. Onde é que acaba o medo?, essa insustentabilidade que surge pelo desespero de se estar só? Estar só, como vazio e frio, onde frio, não é o coração, mas o próprio fardo de estar a existir, de saber cuidar do dia.
Sem sentir e sem vida não existe essa fartura de lugares vazios, de buracos negros através dos quais respiramos. Contudo, não consigo deixar de vislumbrar com certo optimismo umas luzes intermitentes (intermitências de vida e não de morte) que nos abrem ao olhar uma nova paisagem. E não necessariamente boa.

Lugares vazios. Lugares comuns.



Ouça "Lugar Vazio" cantado por Tony de Matos

Fontes:
http://jorgesilva.bloguedemusica.com/8348/Lugar-vazio/
http://fonoteca.cm-lisboa.pt/cgi-bin/info3.pl?11190&CD&0
Autorias http://fonoteca.cm-lisboa.pt/cgi-bin/info3.pl?21434&CD&0

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Fadistas Cantam Amália



Teatro S. Luiz

9 E 10 OUT
FADISTAS CANTAM AMÁLIA
SEXTA E SÁBADO ÀS 23H30

Joana Amendoeira Voz
Celeste Rodrigues Voz
João Ferreira Rosa Voz
Pedro Amendoeira Guitarra Portuguesa
Pedro Pinhal Viola de Fado
Paulo Paz Contrabaixo e Baixo
José Fontes Rocha Guitarra Portuguesa
Diogo Clemente Viola de Fado
Joel Pina Viola Baixo

Concepção e Autoria Hélder Moutinho

Gostei muito! Foi um prazer ter ouvido Celeste Rodrigues ao vivo, que foi, principalmente, quem me levou a assistir este espectáculo. Adicionalmente, João Ferreira Rosa cantou uns belos fados e pude ter, também, a oportunidade única de ouvir Fontes Rocha e Joel Pina numas boas guitarradas. Ou seja, tendo em conta o objectivo inicial, saí ainda mais preenchida do que pensava. Estes senhores (e a Senhora) estão cheios de força e não é por acaso que fazem parte dos melhores.

Recordo-me especialmente da Dª Celeste a cantar Fado Celeste. Adorei!

Joana Amendoeira foi uma excelente anfitriã, sempre animada do início ao fim. Ainda pensei que a rapariga tivesse tomado qualquer coisinha para não ter parado de abanar a cabeça durante todo o espectáculo. Energia invejável, a dela! Já não direi o mesmo a cantar o fado, porque realmente o seu registo de voz e atitude ondulante não condizem com as minhas preferências.

Gostava só de fazer uma pergunta, e não me levem a mal: o que é que estava a fazer um contrabaixo no conjunto de acompanhamento? Por causa do seu famigerado "bafo"? Não desfazendo o talento de Paulo Paz, penso que o som estaria com uma excelente projecção e modelação com duas guitarras portuguesas e duas violas de fado, amplificadas por microfones, como estavam.

Gostei de ouvir alguns convidados, especialmente uma menina que cantou Amor de Mel Amor de Fel. Tímida e sensível, captou e transmitiu muito bem o que lhe ia na alma (ou o que se pensa que ia) ao cantar esse fado, deixando, por vezes, escapar um certo nervosismo.

Confesso que, para mim, o momento alto da noite foi quando desligaram os microfones e se cantou uma desgarrada, que tão bem se ouviu, assim ao natural, onde as vozes sobressaíram com as suas qualidades próprias.

Há uma coisa que se anda a perder, coisa essa que não abunda muito por terras de Portugal e que se chama boa educação. Neste caso, em que se ia ouvir Fado, a assistência devia primar pelo silêncio. Não é por acaso que ele é pedido, sugerido ou ordenado, quando se canta esse ritual que é o Fado. Pois há gente que prefere tecer comentários parvos em vez de ouvir e procurar envolver-se na música ou, caso não se goste deste ou daquele fado, pelo menos deixar que os outros fruam sem barulho de fundo. É que posso não ter ouvido de tísica, mas ouço o quanto baste.

Fora estes e outros pormenores foi, no meu entender e sentir, uma noite a recordar para sempre, pelas melhores razões.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Coisas e Loisas



Tertúlia no Jardim de Inverno do São Luiz

Ocorreu uma discussão algo acesa em torno de uma eventual edição integral dos poemas que Amália cantou ao longo da sua carreira.

Leia aqui.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Apoiado!

Artigo de opinião publicado no Jornal I.
Passo a citar:

A Rosa (e os Enjeitados)
por António Pires, Publicado em 08 de Outubro de 2009

O António Variações cantava, em "Todos Temos Amália na Voz": "Dei o teu nome à minha terra/Dei o teu nome à minha arte/A tua vida é primavera/A tua voz é eternidade", antes de, no refrão, dizer "Todos nós temos Amália na voz". E Variações, nesta canção composta muitos anos antes da morte de Amália Rodrigues - ele, aliás, viria a morrer muito mais cedo que a sua musa -, resumiu na perfeição o amor, o respeito e a admiração que milhões de portugueses sentiram e sentem pelo ícone maior do fado de Lisboa.

Não são de mais, portanto, as inúmeras iniciativas que nesta e nas últimas semanas homenagearam a memória de Amália.

A edição em CD de temas inéditos dos primeiros tempos da cantora; extensas colecções de discos; concertos de tributo (de gente do fado e de fora dele); conferências; exposições; o filme "Amália" a passar na RTP... Tudo isso é mais que justo, e se calhar ainda é pouco. Mas não deixa de ser triste - como o fado - pensar que homenagear Amália é importante, mas que igualmente importante seria homenagear muitos outros. Há dois anos passaram 25 anos sobre a morte de Alfredo Marceneiro. O ano passado, 20 sobre o falecimento de Francisco José. Alguém os recordou? Neste mesmo ano de 2009 passam dez anos, tal como com Amália, sobre o desaparecimento de Lucília do Carmo. Onde estão as comemorações? Max morreu em Maio de 1980. Alguém sabe de alguma coisa que esteja a ser feita para a celebração dos 30 anos da sua morte, daqui por alguns meses?


Opinião que vem corroborar aquilo em que tenho martelado ultimamente. Felizmente, também nos jornais, surgem opiniões favoráveis à diversidade nas homenagens aos artistas da nossa cultura, neste caso do Fado, que bem merecem.

Todavia, existem por aí questões que se abrem sobre se seria válido, nos dias de hoje, homenagear um/uma fadista, ou seja, se teria adesão por parte do público para realizar a série de eventos como a que temos vindo a assistir. Apesar de me ter parecido absurdo, de início, a mera colocação desta questão, procurei distanciar-me e pensar no quão plausível poderá ser...! Apurou-se que a Amália ainda seria apreciada neste tempo, mas a Lucília do Carmo..? Ou então imaginem lá a Berta Cardoso, com um cartaz à Andy Warhol espalhado por Lisboa, anunciando uma série de eventos que reunissem vários media. Muita "sorte" teve a Hermínia Silva em ter sido recordada pelos programas da manhã, nos diferentes canais de TV, por ocasião do centenário do seu nascimento e de ter sido homenageada na RTP1. Nada que tivesse a ver com os eventos e estudos organizados em torno de Amália.

No entanto, não posso deixar de acusar quem organiza estes eventos e orienta, de certa forma, os interesses do público, para algo que, em vez de ser sempre um mesmo dado adquirido (como a Amália ainda é no mercado), pudesse proceder-se, também, a uma recuperação (de outros fadistas), colocada em evidência no nosso tempo e aproveitada pela sua novidade.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Património, Coração Independente, Rádio

Hoje, algumas notícias sobre o mundo do Fado:




Carrilho quer fado Património da Humanidade em 2011

Não tanto pela candidatura em si, mas pela divulgação do Fado que pode surgir em seu torno, considero esta notícia, que se resume ao "vira o disco e toca o mesmo", importante. Aguardarei com alguma ansiedade as edições, de livros e música, que serão lançadas no próximo ano. Espero que sejam válidas do ponto de vista informativo, quer para estudo, quer para divulgação, embora aposte mais nesta última qualidade.


Joana Vasconcelos, Coração Independente Vermelho, 2005

Exposição sobre Amália abre na véspera dos 10 anos da morte

Uma exposição que pretende repensar Amália Rodrigues (1920-1999) como símbolo da cultura portuguesa, com mais de 500 peças, entre objectos pessoais e obras de artistas plásticos contemporâneos inspiradas na fadista, é hoje inaugurada em dois museus de Lisboa, no Museu Berardo e Museu da Electricidade.



Emissora só de fado nasce em Lisboa no aniversário da morte de Amália

A emissora 92.0 correspondia à RNA (Rádio Nova Antena) e já transmitia exclusivamente Fado (e ocasionalmente outras canções portuguesas) há algum tempo. Agora tem nova roupagem e uma programação mais dinâmica. Chama-se Rádio Amália e poderá ouvi-la em http://www.amalia.fm/. O sítio online ainda se encontra em construção.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

CANSAÇO



Cansaço (Joaquim Campos / Luís Macedo)

Por trás do espelho quem está
De olhos fixados nos meus?
Alguém que passou por cá
E seguiu ao Deus-dará
Deixando os olhos nos meus.
Quem dorme na minha cama,
E tenta sonhar meus sonhos?
Alguém morreu nesta cama,
E lá de longe me chama
Misturada nos meus sonhos.
Tudo o que faço ou não faço,
Outros fizeram assim
Daí este meu cansaço
De sentir que quanto faço
Não é feito só por mim.


Juntamente com esta súbita mudança de tempo, sobretudo (mas não só) por este tempo cinzento, chuvoso, húmido, veio-me à memória o único fado que não consigo ouvir até ao fim. Quer dizer, não é o único, existe outro que, um dia, partilharei convosco, mas direi que foi este o primeiro a brindar-me com o seu inefável arrepio. Até poderia dizer, aqui pelas minhas determinações pessoais, que este poema tem tudo. Perdoem-me o cliché, que também se aplica a alguns poemas escritos pela Amália, mas realmente temos o prazer, ocasionalmente, de nos depararmos com obras de arte como esta, que nos trazem tudo. E isso não é bom. Nisso mesmo reside o seu encanto. Portanto, fazendo apelo a este masoquismo muito pessoal, partilho com todos vós este fado, que todos já conhecerão, em parte, por partilharem essa experiência que acredito que também vos seja intensa, por outro lado, acompanhando estas recordações de Amália Rodrigues por ocasião dos 10 anos da sua morte.

Agradeço a quem trouxe Amália aos meus sentidos e a quem me trouxe ao Fado, conseguindo também trazer-me a mim.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Fado Tradicional HOJE

Li um tópico sobre o fado tradicional, no Portal do Fado, e deu-me a súbita vontade de escrever um verbete sobre o assunto, que este blogue vive muito dessa deliciosa espontaneidade. Não é que já não tenha tratado a situação noutros "posts", mesmo em comentários, neste e noutros blogues, mas sinto necessidade de discorrer (a bem escorrer!) um pouco mais sobre o fado tradicional, o genuíno, aquele que, na minha opinião e gosto pessoal é O Tal.

Só queria dizer que aquilo que acontece com o Fado é o mesmo que acontece com outras formas de arte, em especial, de música. Existem as origens do estilo, seja ele qual for (e o do Fado, que belo e lendário é...), a sua consumação, e todas as variantes e recriações que possam fazer-se ao longo dos tempos. Se um estilo não for apelativo e apaixonante o suficiente para ser recriado pelos seus amantes (que muitas vezes são confundidos com os seus detractores; a bem ou a mal, quem ama também destrói), então provavelmente não assistiríamos a uma projecção e constante actualização no Tempo. É assim que surge uma Amália em peso, neste ano de 2009, com vários acontecimentos artísticos que se julgariam insólitos no Fado, como por exemplo a criação de uma Banda Desenhada! É assim que vai surgindo um renovado interesse na Obra deste Fado. Mas, coisa interessante de se notar, é que esses novos amantes da Canção Nacional (utilizo esta designação mais por amor do que por sentido nos dias que correm) não me parece que tenham muito interesse em ir jantar ao Faia, ou ao Mesa de Frades, ou ao Luso, assim de repente, para "curtir" essa nova onda, com muita Portugalidade e muita actualidade. Parece-me mais que apostarão num rali pelos concertos dos Hoje, dos Deolinda, dos Oquestrada, entre outros, a saber, Ana Moura, Mariza, e afins.

Portanto, actualizações de importâncias e preponderâncias na Arte existem sempre. Não se espere é que também não existam actualizações nas atitudes, nos gostos, nas vontades e naquilo que se faz com essa Arte. E quem fica para trás tem de aceitar a condição a que o seu gosto e vontade se propõe. Aqui este soldado, por ser soldado, fosse ele de qualquer outra patente dentro desta militância, sempre apreciou o lado purista de qualquer género. Porém há que entender que existam aqueles que prefiram estar na vanguarda.

Não confundir tudo isto, que ao desvirtuamento da boa arte da fadistagem diz respeito, com a falta de informação e divulgação de fados, fadistas, compositores, acompanhantes, com os factos históricos pouco precisos e obscuros, com as autorias trocadas... É que o Fado, assim como a cidade de Lisboa, é também um palimpsesto. No fundo, é isso que lhe dá encanto, ou seja, essa despreocupação de registo. Bem notou o Marceneiro (o Alfredo), que tinha sessões (as chamadas "jam sessions" de agora) de improvisação com o Armandinho, que muito se perdeu, para além do que se ganhou com essa parceria, pois não existiam as actuais possibilidades de gravação dessas experiências. Agora as pessoas gravam tudo, registam, posterizam, personalizam, mas também efemerizam e mostram o lado perene, sustido apenas pelas breves recordações de alguns. Muitas vezes intencionalmente. É assim que surgem objectos e gravações de culto (e lá estou eu a "bater" no mesmo), que se tornam autênticos objectos de coleccionador apenas conhecidos por quem nutre um interesse que persegue com minúcia. Mas não é por acaso que chamo a atenção para aquilo que é "culto" fabricado e "culto" como raridade strictu sensu.

Para finalizar, o fado tradicional ou histórico, hoje, não perdeu as suas qualidades. Perdeu o interesse do público. É na recepção que está o "problema" e não na mera existência de um fado lavado e desvirtuado. Como o 'bosco' (o autor do tópico a que fiz referência) fez notar, e muito bem, as pessoas sabem ver a diferença e tudo assenta na escolha do que engolem. Talvez, quando a moda do fado a que actualmente assistimos, virar o disco, mas não tocar o mesmo, possa começar a surgir interesse noutro espectro de fadistas, os históricos e essenciais.

Como ilustração nada melhor do que ouvir este fado que veio tão a propósito.

Hermínia Silva - Fado Pirim-Pirim (Aníbal Nazaré / Frederico Valério)

Se me dão a solidão

Celeste Rodrigues, com a sua voz bem temperada, fina, mas portentosa no que a falar sentimentos diz respeito. Amargura, solidão, caros a este fado em especial... bem especial, com uma mística e um enlevo que consomem.

Celeste Rodrigues - Se me dão a solidão (Fezas Vital / A. Marceneiro)



"Deixa perceber esse sofrimento?
Não. Tudo faço para que ninguém perceba o que se passa no meu íntimo."
http://www.celesterodrigues.pt/