Notícia extraída do jornal Público 26 JAN 2010
O guitarrista Jorge Fontes, 75 anos, morreu hoje de manhã à saída da sua residência na Damaia (Amadora), disse à Lusa uma familiar do músico.
Jorge Fontes acompanhou vários fadistas, como Amália Rodrigues e Fernando Farinha, e colaborou ainda com José Afonso, no EP “Cantares” (1964), Quim Barreiros, no seu primeiro disco, em 1971, e António Variações, no álbum “Dar e receber”. Editou ainda vários discos com o seu conjunto de guitarras.
O estudioso de fado José Manuel Osório disse à Lusa que Jorge Fontes “foi um dos campeões de gravações de discos, juntamente com António Chaínho”, outro guitarrista da sua geração. “Praticamente todos os grandes nomes do fado foram acompanhados por ele, além de ter incentivado muitos fadistas, alguns já retirados, a gravar discos, e nesse sentido é importantíssimo para a história da discografia fadista”, salientou José Manuel Osório.
O seu último álbum foi editado em 2007, pela Metro-Som, e inclui, entre outras temas, “As minha variações em Lá” e “o que me disse a guitarra”, ambos da sua autoria, e “Picadinho do Minho” e “Ó Malhão”, para o quais fez os arranjos.
Tristão da Silva, Ada de Castro, Maria da Fé, Fernanda Maria, Fernanda Pinto, Frederico Vinagre e Lenita Gentil foram outros dos nomes que acompanhou. Como músico integrou o elenco de várias casas de fado de Lisboa, designadamente Arcadas do Faia e Restaurante Típico O Forcado, onde actuou durante 29 anos, no Bairro Alto.
Actuou por diversas vezes em programas recreativos da RTP e no estrangeiro, designadamente em Espanha, França, Bélgica, Itália, Holanda e Suécia. O corpo do guitarrista encontra-se na igreja de N.ª Sr.ª de Fátima em Lisboa, onde é hoje rezada missa de corpo presente pelas 19h00. O funeral do músico realiza-se quarta-feira pelas 09h00 para o cemitério de Carvalhos (Vila Nova de Gaia).
Pois é...o fado ficou mais pobre...já no passado dia 20 faleceu Pedro Magalhães Ramalho, excelente intérprete do fado de Coimbra...
ResponderEliminarCom muita LUZ...
Está a desaparecer uma geração bem bonita do fado, sim. O importante é não deixar esquecer e ouvir a música que é intemporal.
ResponderEliminarBem haja.
E só nestas ocasiões recordamos a importância de um bom guitarrista no fado de qualidade.
ResponderEliminarQuando se ouve fado bem tocado é que se nota a diferença abissal para o que o não é, por muito bom que seja o fadista.
Chaínho, Fontes Rocha, Jaime Santos, Jorge Fontes...
Mestres!